quinta-feira, 25 de junho de 2015

A Casa Perfeita

Olá perfects,

Este feriado (sim leitoras do Sul e Companhia, ontem foi feriado de S. João aqui no Porto)aproveitei para comprar uma novas revistas de decoração e arquitectura. E, por coincidência, ou não, duas delas tinham na capa o tema 'A Casa Perfeita' - giro, não?



Quem lê o blog sabe o que é para mim uma casa perfeita, não sabe? Ouvi siiiim? Uns sins silenciosos, porque algumas/alguns estão a ler o post no intervalo do almoço, outras(os) no escritório, outras(os) com os filhos e ainda outras, podiam dizer um sim alto à vontade, mas simplesmente não são tão tolinhas como eu!! ;) 

Pois é, para mim uma casa perfeita é uma casa feliz. 

Por isso, as casas não têm de ser grandes, ou à beira-mar, ou ricas, ou novas, mas sim casas onde há amor. O amor pode ser por quem vocês quiserem e, de preferência por vocês próprias, mas uma casa onde se sinta amor. Vontade de estar bem, consigo própria, com a família, com os amigos... Para mim a decoração é maravilhosa por isso mesmo, porque mesmo nos casos em que as pessoas não valorizam tanto a casa (como eu), com uma remodelação passam a querer estar muito mais nela, estar muito mais felizes e a casa passa a respirar uma harmonia que nem sempre respirava, mas tudo isto só é possível quando há amor. Pois, pois, eu sou uma romântica, bem sei, mas não há nada a fazer, esta doença já não tem cura. :) 

Na verdade, acabo quase sempre por desenvolver uma boa relação de amizade com os meus clientes. Há uns tempos falava com uns deles sobre a confiança e dizia: a partir do momento que me abrem a porta das suas casas não há maior intimidade do que essa... senti que eles ficaram um pouco perplexos, pois não tinham pensado no assunto dessa forma, mas concluíram que eu tinha razão. Por isso, para mim, o respeito pela sua maneira de ser, pelos seus gostos e necessidades é o factor principal. No entanto, há algo de que não abdico, o respeito por mim e pelo meu trabalho. Isso é fundamental, isso é amor e se eu não amar o que faço não o vou fazer bem. 

Mas este post não foi escrito para falar do mim (posso mais tarde desenvolver o assunto da única cliente incorrecta que tive até hoje. Vocês podem estar a pensar, que sorte, só uma! Mas a verdade é que, para mim, como procuro ser sempre correcta com as pessoas, uma é demais!). Avançando... 

Este post é sobre os pontos principais a ter em conta para se ter uma casa perfeita, no sentido arquitetónico/design da questão, procurando resumir as ideias apontadas.

A Casa Perfeita:

1 - Deve ser um reflexo de nós próprios. Cada família tem uma identidade própria e, por isso, a sua casa deve reflectir a sua vivência e gostos. Também deve respeitar costumes locais e culturas, sem perder  a funcionalidade e racionalidade, referidas em elementos a seguir.

2 - Deve estar integrada no contexto em que se insere. Se for possível recuperar /manter elementos existentes como a estrutura ou o soalho, por exemplo, são elementos que podem aportar individualidade à casa. O respeito pela arquitectura local é também muito importante.



3 - Deve ser fluida tendo uma boa ligação ao exterior. Seja na cidade ou no campo, devemos procurar que haja fluidez dos espaços. Se falarmos de uma moradia, a ligação com o exterior é fundamental e este deve ser feito de forma natural. O mesmo podemos ver em relação a um apartamento e à ligação com as varandas, se houver essa fluidez a casa tende a multiplicar-se e parecer maior do que o que é.


4 - Deve aproveitar ao máximo a luz natural. Janelas amplas e uma boa disposição solar é fundamental, o conformo aumenta muito e os gastos diminuem. :) As casas voltadas a norte são sempre mais frias e as voltadas a poente mais quentes. Por isso é que os apartamentos de dimensões e tipologias idênticas diferem muitas vezes de preço. Se for construir uma moradia procure que o jardim tenha uma disposição sul/poente. Aproveitá-lo-á muito mais meses durante o ano, poderá comer no alpendre num dia bonito de Março, por exemplo.




5 - Deve ser versátil. Não nos podemos esquecer que a nossa vida vai mudando e as necessidades também. Os filhos crescem, nós envelhecemos e mesmo, no momento actual, durante a semana temos uma vivência e ao fim de semana outra. Para mim é fundamental que as divisões sejam funcionais e relativamente próximas, de forma a tornar a casa fácil de utilizar e pouco cansativa. A cozinha, por exemplo, que é muitas vezes o coração da casa, deve estar próxima da sala de jantar e do exterior, além de que deve ter uma mesa que pode servir para refeições ou para as crianças fazerem os TPC quando estamos a preparar o jantar.

6 - Deve ser eficiente. Numa época em que falamos muito dos consumos energéticos, reciclagem, materiais isolantes... Um dos principais elementos já foi referido em 3, a disposição solar. No entanto, uma boa caixilharia, boa construção que permita bom isolamento térmico e acústico,  painéis solares, sistemas de aquecimento, como o piso radiante com bomba de troca de calor, utilização de lâmpadas LED. Tudo isto são formas, entre muitas outras, de tornar a casa mais eficiente e, portanto, mais feliz.

7 - Deve ser amiga do ambiente - muitas das sugestões apontadas em 5 acabam por satisfazer este ponto, como as LED e os painéis solares.

8 - Deve ter o máximo de materiais: algodão, linho, lã, madeira, cerâmicas, são opções que se boa qualidade envelhecem bem e ficam sempre bonitas em diferentes contextos.



9 - Deve tem uma boa cor de fundo. Os fundos neutros nunca passam de moda: o branco, o bege ou o cinza são cores que não cansam e que ficam bem com toda a decoração. Ajudam a valorizar outros elementos como quadros, fotos e outras obras de arte e permitem alterar a decoração sem obras.

10 - Deve ser um refúgio. Nós vivemos vidas muito corridas, sem tempo para nada, com imensas preocupação. A nossa casa deve ser aquele espaço que nos permite desligar do mundo quando necessário. Por isso, quando as crianças já têm idade para tal devem ser envolvidas na decoração (as minhas filhas já escolheram a cor do quarto de cada uma). A casa deve permitir o convívio de todos em harmonia, sem stresses, mas com respeito pelas coisas e pelos outros. 

Imagino que já devam estar cansadas de tanto texto, mas espero ter conseguido reunir aqui as principais ideias do que li e do que é a minha opinião.

Um beijinho,

Inês

BE HAPPY, BE PERFECT!

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